27.04.2024

A equipe médica de terapia intensiva do Centro de Terapia Intensiva do HC, com o apoio do hospital realiza curso de imersão em Ultrassonografia, neste final de semana.

Curso inédito em Erechim tem extensa programação relacionada ao ultrassom à beira do leito (ultrassom point-of-care)

  Com o propósito de manter as equipes médicas atualizados e qualificar ainda mais o atendimento aos pacientes, a equipe da terapia intensiva do HC juntamente com o Hospital de Caridade promovem neste sábado, 27, e no domingo, 28, no Auditório de Centro Clinico do HC, um curso de imersão em ultrassom à beira do leito, também chamado de ‘ultrassom point-of-care’.

A atividade, liderada pelo diretor técnico do Caridade, Paulo Dall´Agnol, é inédita em Erechim e trará à Capital da Amizade experimentada equipe de instrutores, coordenada pelo Dr. Marcus Gomes Bastos, que realizam a capacitação em todo o País.

No que consiste o ‘ultrassom point-of-care’?

Dall´Agnol explica que até algumas décadas atrás, os principais pilares do exame físico à beira leito eram constituídos de inspeção, palpação, percussão e ausculta, habilidades transmitidas desde Hipócrates entre gerações. No entanto, apesar do aprimoramento das técnicas por cerca de dois mil anos, o exame físico tradicional não sempre é assertivo. Em doenças neurológicas e dermatológicas, o exame clínico tem utilidade indiscutível; entretanto, em outros cenários (como nas doenças cardiovasculares, traumas, choque, tromboses, congestão circulatória e punções de veias centrais) podem carecer de precisão. “Embora não se discuta a utilidade, a importância e o papel do exame físico no cuidado médico, é  importante  termos presente que, a cada dia, o ultrassom ganha espaço para aumentar a precisão de diagnósticos, intervenções e a agilidade com que se decide tratamentos”, explica o médico.

Segundo Dall’Agnol é sobre essa perspectiva, que a equipe médica  de terapia intensiva e o HC promovem o curso neste fim-de-semana. “O ultrassom point-of-care utiliza a ultrassonografia móvel como parte da avaliação à beira do leito dos pacientes, complementando o exame físico, auxiliando no esclarecimento e no diagnóstico de várias patologias”, pontua. A técnica pode ser empregada por médicos não especialistas em imagem, mas que, mediante treinamento, passam a estar aptos ao uso. Serão beneficiados intensivistas, emergencistas, cirurgiões, anestesistas, clínicos, e outras especialidades.  

  Com início às 8h de sábado, 27, e conclusão às 17h de domingo, 28, o curso será realizado em dois módulos, abordando dez diferentes tópicos afins ao ‘ultrassom point-of-care’, discutindo  protocolos,  técnicas práticas e específicas ligadas ao tema.

 

Você sabia?

Os primeiros registros do uso de ultrassom ocorreram no século 20, quando a tecnologia de sonar foi estudada para uso durante as grandes guerras mundiais. Entre os anos 1960 e 1980, a ultrassonografia foi integrada à prática médica como exame complementar e, nas últimas duas décadas, foi implementada a sua utilização à beira do leito, em virtude da comercialização de aparelhos cada vez mais compactos e precisos.

O funcionamento do ultrassom é baseado nas propriedades de um material piezoelétrico (como o quartzo, por exemplo). Esse tipo de material tem uma característica muito peculiar: emitir ondas sonoras sob estímulo elétrico e, ao receber estímulo de ondas, ser capaz de transformá-las novamente em estímulos elétricos. Com isso, é possível “jogar ondas”, recebê-las de volta e gerar “impressões”, ou seja, uma “fotografia” do tecido examinado.